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Este microbook é uma resenha crítica da obra: The ride of a lifetime
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-65-5560-010-0
Editora: Intrínseca
Todos somos influenciados por nossas características hereditárias e pelos conhecimentos que adquirimos ao longo da vida. É difícil separar esses elementos, mas, é evidente que o que aprendemos com nossos pais tem uma enorme influência sobre a nossa vida adulta.
Iger cresceu em uma casa de dois andares em Long Island, Nova York. Era o mais velho de dois filhos. Sua mãe era amorosa. Seu pai, Arthur, serviu no exército durante a Segunda Guerra Mundial.
No final das contas, foi a figura paterna que mais influenciou a carreira do autor como executivo na Disney. Um dos maiores legados consistiu em estimular os filhos a desenvolverem o senso de curiosidade.
Desse modo, o autor leu inúmeras obras de escritores estadunidenses e, também, discutia assuntos políticos em casa (seu pai era um profundo admirador de Martin Luther King). A maior lição obtida na infância, segundo o autor, foi a de que ele poderia fazer o que quisesse na vida.
A carreira de Iger começou quando ele conheceu um executivo de baixo escalão da ABC (rede de TV estadunidense de alcance global). Na ocasião, o tio do autor se recuperava de uma cirurgia e dividia seu quarto com esse profissional.
O colega de quarto do tio queria impressionar Iger, então contribuiu para que o autor conseguisse uma entrevista na emissora, após a qual o autor foi prontamente contratado.
Em 1985, Iger estava com 34 anos e acabara de ser promovido a vice-presidente da ABC Sports. Naquele ano, uma empresa chamada Capital Cities Communication comprou a rede por US$ 3,5 bilhões.
Os novos proprietários levaram embora as limusines que antes eram dadas aos funcionários e reduziram os gastos, de modo que vetaram os voos de primeira classe para as viagens de negócios.
Contudo, isso não incomodou o nosso autor. Ele estava mais preocupado com o fato de a Cap Cities ter contratado um estranho para chefiar seu departamento. Entretanto, quando anunciou sua demissão, o presidente Dan Burke disse-lhe para esperar porque, se mudasse de ideia, seria promovido.
Assim, Iger passou a dirigir toda a divisão de entretenimento da Disney (que, posteriormente, compraria a Capital Cities), após promover diversas mudanças na ABC, sobretudo, em sua cobertura de esportes olímpicos.
Quando Iger assumiu como presidente da ABC Entertainment encontrou muitas dificuldades. Era necessário, por exemplo, constituir a equipe de colaboradores para a temporada 1989-1990.
A companhia contava, ainda, com alguns programas populares, mas estava rapidamente perdendo terreno para a NBC, sua principal concorrente. Nesse contexto, era urgente lançar novos sucessos de audiência.
Nenhum líder encontraria uma solução rápida e fácil e, para piorar, nosso autor estava completamente fora de sua zona de conforto, uma vez que não entendia a dinâmica de Hollywood e os profissionais criativos sob o seu comando o consideravam, no máximo, um executivo medíocre de Nova York.
Devido à sua falta de experiência, foi preciso aprender na prática e, gradualmente, elevar a confiança em suas próprias habilidades. Com efeito, a liderança eficaz depende, em grande medida, da humildade.
Dito de outra forma, os “falsos líderes” têm menos credibilidade do que aqueles que admitem suas falhas. No entanto, é imprescindível tomar as rédeas nos momentos críticos, tomando decisões difíceis quando necessário.
A ousadia de Iger na condução dos negócios foi notada pelo mercado. Tanto que, em 1994, ele se tornou COO, sigla inglesa para “Diretor de Operações”, em tradução livre, da Companhia The Walt Disney..
Mais tarde, naquele ano, Michael Eisner, outro brilhante executivo, analisaria uma eventual negociação da Disney. Finalmente, em janeiro de 1996, a Disney e a ABC se fundiram. Para a primeira, esse foi um passo importante, pois a gigante do entretenimento estava enfrentando problemas graves em meados da década de 1990.
Felizmente, tiveram vários sucessos de bilheteria no período, tais como “A pequena sereia” e “O rei leão”. Além disso, expandiram seus parques temáticos e resorts. O departamento responsável pelas animações trabalhava cada vez mais duro.
A empresa, segundo o autor, parecia ter perdido sua centelha criativa, colecionando insucessos em seus filmes. Nesse cenário, adquirir os ativos da ABC, como a ESPN, deu à Disney mais tempo para voltar aos trilhos do sucesso.
Agora que chegamos na metade da leitura, vamos acompanhar algumas das decisões mais importantes de Iger entre o final da década de 1990 e os primeiros anos do século XXI.
Em setembro de 1999, Eisner marcou uma reunião com Iger. Frustrado com a estrutura corporativa da Disney, o autor estava pensando em desistir, sobretudo, porque a liderança da companhia não o queria como sucessor.
Quando se encontraram, Eisner presumiu que o assunto abordado seria sua demissão, de modo que decidiu não revidar, pois esse movimento lhe parecia inevitável.
Porém, o encontro era sobre Michael Ovitz, cujo trabalho o colocou em tamanha evidência que era preciso incluí-lo no conselho de diretores. Isso aconteceu mais cedo do que qualquer um esperava porque a Disney tentava se adaptar a um ambiente competitivo cada vez mais acirrado e em constante mudança.
Em termos práticos, a companhia contava apenas com uma “salvação”: seu relacionamento com Steve Jobs, líder da Pixar Animation e da Apple Inc. Ambas as empresas criaram 5 filmes juntas, distribuindo-os pela Disney em meados da década de 1990.
Esse acordo foi o responsável por lançamentos como “Toy Story”, que arrecadou mais de US$ 400 milhões em todo o mundo em 1995; “Vida de inseto”, em 1998, arrecadando mais US$ 600 milhões e, ainda, “Monstros S.A.”, lançado em 2001, trazendo um adicional de US$ 600 milhões.
Disney e Pixar tiveram divergências sobre o lançamento de “Toy Story 2”. A primeira queria lançá-lo direto em vídeo, mas, como os custos aumentavam, decidiram exibi-lo primeiro nos cinemas.
No entanto, Jobs argumentou que, por se tratar de uma sequência, deveriam firmar um acordo para 5 filmes. Eisner afirmou que esse compromisso não fazia parte do acordo original.
Tal desentendimento gerou tensões entre as partes, que só pioraram quando o mercado cinematográfico sofreu os abalos indiretos dos atentados de 11 de setembro e as consequentes quedas nos valores das ações.
Sid Bass, o maior acionista da Disney, se desfez de US$ 2 bilhões em ações, tornando a situação ainda mais grave para a companhia que, ademais, viu despencar as receitas de seus parques temáticos.
Quando as grandes empresas estão com problemas, muitas vezes procuram o auxílio de consultores externos. Com a Disney, não foi diferente. Nesse ínterim, o vice de Eisner assumiu o cargo de CEO. Se Iger quisesse esse posto, teria que convencer muitas pessoas de que ele era o melhor nome.
A consultoria contratada avaliou que a estabilização da empresa seria como uma campanha política. Desse modo, o autor teria que vencer a batalha pela “alma” de sua empresa.
Mas, como fazer isso? A resposta do consultor foi simples: defina suas prioridades. O papel de um bom CEO consiste em fornecer um roteiro para os profissionais que integram sua equipe, para que possam tomar decisões a partir de suas diretrizes.
Depois de uma reunião com o conselho diretivo, Iger apresentou 3 prioridades estratégicas para a empresa: dedicar mais tempo e energia na produção de filmes e personagens memoráveis, adotar tecnologias de ponta e, por último, atrair novos mercados (como Índia e China).
Steve Jobs foi uma das primeiras pessoas que Iger procurou ao se tornar o novo CEO da Disney. Restaurar os contatos com a Pixar era essencial para o futuro da empresa. O visionário da Apple, contudo, se mostrou frio e ofereceu um negócio que, apesar de não ser muito bom, seria melhor que nada.
A Disney não estava satisfeita com os acordos realizados pela Pixar com outros estúdios, então, o autor tentou adquiri-la. Não obstante, Jobs não desejava vender sua empresa.
Como se não bastasse, o conselho administrativo não gostava da ideia, considerando a compra extremamente cara e demonstrando preocupação com o poder que se acumularia nas mãos do visionário da Apple.
O nosso autor acreditava que essa era a única opção viável para a sobrevivência da Disney, de modo que continuou tentando até que, finalmente, depois da inauguração da “Disneylândia” de Hong Kong, em 2005, ele viu que a maioria dos carros alegóricos continham personagens criados após Eisner ter deixado o cargo.
O respeito pelo passado estava comprometido – fato que se refletia nos números. Ao longo da última década, a companhia perdera US$ 400 milhões em investimentos. No mesmo período, a Pixar obteve sucesso graças ao trabalho feito pelo produtor John Lasseter e pelo cientista da computação gráfica Ed Catmull.
Logo, para prosperar novamente, estava claro para Iger que a Disney precisava contar com a ajuda desses dois brilhantes profissionais. Essa foi a determinação inabalável que assegurou a criação da “Disney-Pixar”.
Por mais que as reestruturações promovidas por Iger tenham se mostrado exitosas, ele não estava satisfeito. Para que a companhia crescesse ainda mais, ele tinha um plano.
Poucas empresas tiveram tantas histórias interessantes quanto a Marvel Entertainment. O autor lutou por anos, mas obteve os direitos dos personagens dos quadrinhos perfeitamente adequados aos negócios de filmes, TV e parques temáticos da Disney.
Um dos maiores problemas residia no acionista controlador da Marvel, Ike Perlmutter, um ex-militar recluso e lendariamente severo. Convencê-lo a vender seria difícil. Felizmente, Iger tinha Steve Jobs ao seu lado.
Este nunca apreciou videogames ou quadrinhos, mas colocou esses sentimentos de lado para ajudar o CEO da Disney, ligando diretamente a Perlmutter e garantindo sua integridade.
Em 31 de agosto de 2009, a Disney anunciaria ao público que passaria a controlar a Marvel, em um acordo de US$ 4 bilhões, com a exceção do personagem “Homem-Aranha”.
Em 2018, a Disney lançou seu próprio serviço de “streaming”, intitulado “ESPN +”, que seria seguido por um novo serviço “on-demand”, o “Disney +” que hospeda todo o seu conteúdo.
No curto prazo, a decisão da companhia parece extremamente perturbadora, pois significa renunciar a centenas de milhões de dólares em receitas anuais. Por outro lado, a Disney pode entregar seus conteúdos diretamente aos clientes, dispensando intermediários como cinemas e distribuidoras, mantendo-se lucrativa e culturalmente relevante.
Cumpre ressaltar, por fim, que, até mesmo nas situações mais desafiadoras, um líder otimista se concentra nos melhores resultados que pode alcançar, em vez de gastar sua energia em apontar culpados.
Assim, é fundamental que, para alcançar o sucesso, você esteja disposto a assumir riscos substanciais – essa é a condição, segundo o autor, para que a criatividade se manifeste em seu trabalho diário.
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